quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Eletric Feel
O Brainstorm me domina por completo, meus pensamentos estão incontroláveis. Desde que se começa a ler sobre todos os tipos de ferramentas de alienação, é inevitável que grande parte do mundo que até então você vivia sem muito questionar , passa a ser insuportável. Mas e para aqueles que, mesmo antes de serem expostos a tais explicações e teorias já cultivava um desgosto em relação ao mundo ? Este , mal tem vontade de falar.
Uma era onde a massa esta mais alienada e escrava das mídias manipuladoras, e a indústria cultural vendendo desenfreadamente seus produtos sem qualquer conteúdo reflexivo, eu paro e tento me achar , tento saber o quão perto ou distante estou de tudo e de todos. Não há mais confiança na arte, não há mais herança histórica nas obras de arte, tudo o que se vê é uma embalagem bem projetada ou uma reprodução infiel do que um dia foi um pensamento ou registro de uma época inteira. A música se faz para os surdos e nem se quer consegue se manter viva, é tão fraca e tão programada que não segue o fluxo natural de sua própria criação, a música não mais sai do âmago do cantor ou do núcleo de um instrumento musical , ela sai de uma fábrica já pronta para ser comercializada, banalizada.
As belas artes hoje são estúpidas, o cinema de introduz num turbilhão incessante de imagens que não permitem aos olhos captar e entender o que se passa na cena, e os atores e atrizes são consagrados por repetirem muitas vezes a mesma cena até que uma saia digna de ir para a tela. E os atores de teatro que não têm esta facilidade ( ou seria infelicidade, estupidez ? ), simplesmente vão até o palco e dão vida a um personagem , de uma só vez , erram pois errar é humano , mas erram durante a obra de arte e não tem vergonha de mostrar ao público. Eles não tem vergonha de serem sinceros com seu público. O Teatro , ainda preserva a aura que Walter Benjamin cita em um dos seus textos ("A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica") . A fotografia ? Se perdeu no meio de tanta futilidade, antes retratava uma realidade crua e quase incontestável, alcançava lugares que os olhos humanos não conseguiam. Hoje, são necessárias 200 fotos para que 1 saia boa o bastante para ser publicada, enquanto 199 são jogadas no lixo. A foto perfeita nunca será perfeita, pois seu conteúdo não é perfeito, a imagem congelada não é perfeita, a memória da foto sim , pode ser perfeita, a lembrança que ela te traz . E qual lembrança você terá da sua foto de número 200 ? As pessoas se esquecem de que, a realidade deveria ser natural, tudo o que é forjado , passa a ser superficial e contestável. Então vamos contestar as fotos ridículas que vemos hoje espalhadas por todo o canto ! Vamos questionar a sua memória, a sua história, vamos buscar dentro dela algo que a salve de si mesma, que a salve da sua própria banalização.
Seja como for , é sufocante sair de casa e ver como as coisas estão, as propagandas para idiotas, o sorriso amarelo , a vida superficial , a não reflexão , o boicote ao debate ... a mesmice que chega a transformar em deserto o mar de possibilidades que esta cidade nos propõe. É sufocante chegar em casa e ver que até aqui, a alienação domina certas mentes.
Talvez devêssemos antes de mais nada , socializar o conhecimento e o questionamento.
Talvez não, com certeza !
ELETRIC FEEL NOW !
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