quarta-feira, 24 de junho de 2009

Musica quando as luzes se forem ...




... O tempo passa e o que era simples há anos atrás, hoje se tão complicado. parece que não há novidade nisso, parece que sempre foi assim e sempre será. Mas eu insisto em me lembrar, quando deito na cama antes de adormecer e fico pensando sobre minha vida hoje, e como era antes. As vezes eu volto dias, as vezes meses, mas na maioria dos casos sempre acabo voltando anos e anos. Quando tudo era mais intenso e bem mais verdadeiro. Quando a justiça não custava a felicidade.

Dos males o menor, não me sobrou tristeza, sobrou um vazio. Um enorme espaço sem utilidade. Agora eu sinto mais dores nas costas e consigo prestar mais atenção nos filmes. Agora eles me impressionam muito mais. Eu também estou ficando mais rouco a cada dia, acordo quase sem voz. Ainda bebo café, mas não tão frequentemente como costumava ser. Ainda amo o frio e torço para que chova. Mas eu não gosto mais de ir à Paulista, nem de ir à Augusta. Eu também não saio mais com o dinheiro da passagem no bolso , sem um propósito maior do que se divertir e falar besteiras. Eu nunca mais fiquei na escada rolante do Shopping falando mal das pessoas, mesmo quando eram deficientes. Nunca mais compartilhei segredos e nem fiz questão de saber muitos outros. Acho que o principal, foi eu não ter me tornado tudo aquilo que sempre repudiei, e muito menos corri para os braços de qualquer pessoa que me idolatrasse. Optei por algo muito mais chato e cinza. Optei por escrever enquanto escuto música.

Percebi que o sonho da minha vida definitivamente não é ter aquela maquete da 5ª série , com 3 bonequinhos num pátio verde e prédios em volta com um carro vermelho. Estou longe de constituir uma bela familia padrão. Ou não, eu até construa uma familia , que não viva a vida toda ao meu lado, mas tempo o bastante pare encher algumas páginas do álbum de fotos. Eu não sei o que estou sentindo, e acho isso normal. Para quê dar um nome aquilo que já está dentro de você, influenciando seu humor, sua escrita, seu vocabulário.

Se hoje eu quero muita coisa, amanhã acho cansativo e repetitivo. Se hoje eu quero a presença de alguém, amanhã já me lembrei de que não há um alguém anymore. Se hoje eu desisti, amanhã eu tento a mesma coisa, só dou um nome novo para não virar rotina.

E eu já nem escuto mais a musica quando as luzes se vão .

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Overkill...




A difícil tarefa de conviver com outras pessoas. Sim, parece que nunca terminaremos uma conversa com um simples final feliz, ou pelo menos, menos conturbado. Não interessa, conversando com um dos meus parceiros nas maldades, percebi que o período de 4 anos é muito intenso quando se tem 16. Já aos 21, nada muda muito, tudo parece se prolongar por muito tempo, isso inclui as coisas ruins, claro.

Eu estou desaprendendo a conviver com algumas pessoas. Houve um tempo em que eu brigava mais, e com isso mostrava para pessoa o que estava achando errado. Desta maneira ambos éramos capazes de achar uma solução para o problema, e tudo estava resolvido no mesmo instante. Agora não, parece que eu me sinto cansado só de pensar que vou ter que me explicar para alguém, buscando fazer com que ela entenda o que se passa na minha cabeça. Aí eu simplesmente deixo para trás, a pessoa e a situação, engulo uma espécie de aceitação e junto disso tudo me torno indiferente à pessoa, pois percebi que ela não vale tanto assim na minha vida. Talvez algum dos meus amigos prefira mesmo que eu nem brigue mais com antigamente, a questão é que ele mal sabe que talvez já nem seja mais meu amigo, e por isso não tenha conflito a ser resolvido, ou frase a ser interpretada.

A gente só luta e briga por aquilo que é importante. O resto , a gente só diz "oi, tchau, até mais."

quarta-feira, 10 de junho de 2009

just listen to the call




... E não pense em mais nada. Escute o chamado e deixe se levar pelas ondas que rompem a realidade. Ondas que fragmentam o coração em pequenos pedaços de alma e desejo. Assuma seu egoísmo para Deus e para o mundo, aceitando de imediato as piores partes do seu ego, deixe que as feridas sequem por si só. E que a honra de chorar caia sobre seus olhos, lave seu rosto e apague de seus lábios aquele desenho rústico de um sorriso não verdadeiro. Deixe que as cordas do violão dancem com seus ouvidos ... apenas escute o chamado.

Houve tempos em que eu lutava diariamente para entender a mim e ao mundo, achar uma semelhança entre meus pensamentos e aquilo que me rodeava. E tudo o que eu consegui foi me frustrar mais ainda comigo, e com as pessoas. Era como dar voltar em torno de um buraco, ou como acordar de um sonho e perceber que meu rosto era completamente diferente do que aquele que estava na minha mente há minutos atrás. Passava dias olhando para o nada e pensando ... pensando ... imaginando como seria o amanhã ... o que dizer para as pessoas amanhã ... o que esperar ouvir delas amanhã. Inevitável foi o momento em que eu despertei de todas essas questões e me libertei de crenças adquiridas junto à neurose. Daí em diante, perdi amigos , ganhei inimigos, perdi colegas, ganhei novos colegas e tudo se tornou uma troca diária de destinos e caminhos. Não sei se seria correto usar a palavra "destino" no plural, pois geralmente se diz que só há um destino , mas quando você quebra seus próprios paradigmas percebe que o plural está em tudo, inclusive na sua existência. A minha nova forma de ver as coisas me mostrou que por mais forte que sejam minhas características pessoais, eu nunca serei o mesmo que fui ontem, quando te disse oi , ou adeus.

As marcas ficam, mas não são nada além de um registro. Toda vez que as coisas ficam ruins ou difíceis eu condeno todas as certezas e duvido até mesmo da solução. Quando percebo, estou fora de tudo. Sempre dentro de mim. Existe um mundo que é muito mais complexo do que esse aqui, e eu só chego nele quando o corpo desiste de resistir e a mente não se alimenta mais de razão. Existe um caminho que leva direto ao coração, só que ele está cheio de armadilhas e ilusões. O que eu sei é que devo continuar caminhando, parar não está nos meus planos.

Sei que ainda assim sou egoísta e quero tudo o que gosto só para mim, e custo a aceitar o fato de que não há amor quando se existe repressão e domínio. Então eu liberto à todos, pois sei que os meus sentimentos sempre serão intensos e falarão por mim. Tão intensos que congelam meus atos, me tornam frio e indiferente.

A intensidade do nascimento de uma estrela é a mesma intensidade do que digo. As vezes já morreu , e ainda assim continua brilhando. As vezes se apagou e eu continuo olhando.

.... Please, don't drive me blind




(...) Mesmo com essa sensação de tempo parado, eu ainda ando nas ruas, almoço, pego ônibus, enfim. Depois daquele ultimo dia e daquela ultima conversa eu achei que nunca mais seria capaz de criar memória, ou de ter uma identidade. Hoje vejo que toda aquela dificuldade era apenas mais uma maneira de me construir, destruindo tudo o que um dia chamei de "nós".

Estava aqui, tomando café e olhando para fora da janela, chuva e mais chuva. Nunca nos importamos com a chuva, ou em ficar molhados. E cada gota de espirrava no vidro era como uma palavra que você dizia. O pior foi não sentir nada com isso. Apenas tive vontade de escrever. Dizer que mesmo com a sensação de tempo parado, eu não achei outra forma de descolar seus olhos dos meus. Então, arranquei-os, e hoje só vejo o que eu quero. (...)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Eu sinto, misturado com meu sangue ... berrando !




Depois de todo o calor e de não ter mais nenhum senso de direção, eu sinto correndo junto ao meu sangue. Queimando minha pele, e amortecendo meus lábios. Parece como chegar a um campo de algodão, aonde tudo é branco. A música já não é mais a mesma, e parece que não estou mais na estrada, ou no deserto.

Me cansa ter que pensar sobre o que de fato está acontecendo, então apenas deixo os sentidos tomarem conta de mim , junto à substância que domina meu corpo. Eu tento olhar para o céu e ver o sol, tendo achar algo para me guiar... Só que está difícil.

Eu sinto uma vontade gigantesca de brigar e ao mesmo tempo eu também tenho vontade de passar uma noite inteira conversando sobre a vida e sobre os milhares de pontos de vista. Eu também busco uma bússola que guie meus pensamentos ... também busco um ponteiro que guie meu coração.

Agora eu sei bem qual a sensação de beber a tirar os próprios pés do chão, você vai tão alto que não sente mais necessidade de criar limites para a sua existência, e quando volta à realidade, cai de tal forma que muito provavelmente não irá se levantar.

Eu continuo navegando em direção ao sol , seja ele do deserto ou o sol dos meus pensamentos. Estarei sempre buscando uma direção.

Sim, quando eu voltar prometo contar como foi a viagem.