sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O que eu disse para o mar ...




(...)


Da janela do carro eu já avistava aquela faixa azul esverdeada logo acima da areia fina e infinita. O calor já envolvia a tudo e todos, mas meu corpo estava paralisado, apenas admirando o mar. Quando finalmente me livrei da caixa de metal ambulante fui caminhando em direção aquele que conquistou meus olhos. Ao pisar na areia já não estava mais nem um pouco conectado com este mundo de concreto e cheiro de fumaça. Não sei quanto tempo passei parado olhando as ondas, olhando o nada , pensando em nada. Realmente, é como apagar todos os pensamentos e apenas sentir algo bom tomando conta de você.


Ao entardecer , após um bom banho na água salgada, a alma lavada dançava dentro de mim cantando novas músicas. Músicas que eu não conseguia ouvir afogado na angustia da civilização. O tom laranja dessa vez não tornou as coisas desinteressantes, muito pelo contrário, um contraste magnífico com o violeta que caia sobre a areia e o mar já negro feito um pano, reflexo doc éu estrelado na terra. Eu via as pessoas, mas na verdade apenas me fixava nas suas silhuetas, eu ouvia alguns carros, mas me ligava mesmo é no barulho do vento cortando as árvores. Como já dizia uma música, " A paz invadiu o meu coração, como o vento de um tufão". Sabias palavras, momento sublime que em instantes depois se deitava em um silêncio, esperando Morfeu chegar e fechar os olhos dos que ainda estão paralisados olhando o infinito do mar casado com a profundidade da noite.


Foi assim que eu percebi o quão longe eu estava da vida e inserido em uma sobrevivência frenética e neurótica. Hoje, não estou na frente do mar enquanto escrevo essas palavras, mas consegui durante esse texto todo me transportar para lá. Posso lhes garantir, o mar continua lindo , e eu disse isso diretamente para ele.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O que eles querem ver

Lamento, mas a sua insegurança parecia ser apenas uma fase da nossa infância. O seu jeito totalmente diferente do meu, mas um amor tão forte, um pacto, uma divida minha que não queria pagar , só par ter você por perto, cobrando.
Eu sempre achando que tudo era ridiculamente intediante, e você ? Buscando sentido para tudo e todos, eu mentia para conquistar , você sempre dizia a verdade e não participava das besteiras mais comuns ... você chamava tudo de pecado , eu sempre achei divertido.

No fundo nós sempre fomos uma pessoa só, dividida entre "ser" e " o que devo ser".

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ela pura me faz relaxar ...



"(...)

Acordei cedo, sabia que tinha que estar arrumado antes da minha mãe acordar. E sabia que já devia ter ido para aquele treino estupido. Mas demorei um pouco mais, não sei por que, mas demorei. Do outro lado da parede eu pude escutar sua porta bater, e instantaneamente eu senti meu estômago cheio de borboletas, uma sensação ruim e ao mesmo tempo tão boa! Nos olhamos nos olhos e apenas um " Oi" foi o bastante para começar o meu dia bem."

Nunca fui bom com romantismo, mas flertar sempre me chamou a atenção. Ficar do outro lado da linha, ou da janela, imaginando coisas e potencializando gestos. Tornando um simples "Oi" em um convite ou um "sim". O mal dos Virginianos é querer sempre ser o conquistado e não o conquistador. Mas quando se tem o ascendente em Leão as coisas mudam um pouco. Seja como for, hoje percebi que a liberdade de não pertencer é algo tão invejado pelos outros e adorado por mim.

Quando você se prende a alguém , ou alguma coisa, deixa de respirar e passa a ansiar por um ar que não é seu.