quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pensamentos avulsos durante o trabalho

- A porcaria da cadeira acabou de rasgar minha calça.

- Hoje não quero conversar, não quero contato com o homo sapiens.

- Tem coisas que são melhor resolvidas via msn e não Twitter, o povo fica digitando manifestos por lá, é foda.

- Estou com um nó maldito na garganta e não consigo parar de escutar aquelas músicas que causam dores profundas no peito.

- Acho que não vou assistir aula, quero voltar para casa e costurar minha calça rasgada

- Não quero saber da cor de cabelo da minha ex.

- Sempre "o outro", sempre "o que sobra", sempre " o que espera".

- Muda a música, vem outra mais rápida e animada, dá vontade de quebrar tudo, de dar um tiro na cara de alguém e depois ir pro bate-cabeça.

- Estou com aquele sono que sempre sinto quando percebo não estar mais nesta realidade.

- Parece que meu cérebro libera alguma toxina e eu simplesmente sinto minha presença desaparecer.

- Funny man. Stupid man.

- Mas no final, as minhas lágrimas sempre secam por si só.

- Caralho, mais um pouco eu vou cometer suicídio.

- Love, Love will tear us apart again. Sempre a mesma merda, Ian , te entendo em partes.

- De tristeza à raiva, 2 segundos e meio.

Agora vou escrever.

"Naquele pedaço de papel, estava guardado todo o amor que guardei para você"

Nunca agi dessa forma por achar que assim te conquistaria, agi assim o tempo todo porque para mim isso era o certo. É assim que eu aprendi a ser alguém, muitas vezes sangrando por causa de um outro alguém, ou deixando de falar comigo mesmo só para ouvir as lamentações daquele coração tão intenso, porém tão inconstante. Me sinto antiquado por ainda manter essas velhas atitudes, mas continuo achando sentido em ser assim, uns me chamariam de bobo, outros me chamariam de romântico, eu mesmo nem sei como me chamar. Entretanto, percebi que é preciso reservar um espaço só para mim, dentro dos meus pensamentos. Demorei para me enxergar por trás dos seus olhos, e ver que conseguia me refletir nas suas palavras, seja no "Adeus" ou no "Volta, por favor?".

Nunca disse que foi tempo perdido esperar que você ligasse, ou que aparecesse. Nem que passar tardes inteiras imaginando o que estaria fazendo era não valorizar os meus momentos de individualidade. Será que é difícil de entender que enquanto você luta para descobrir quem é eu já me achei e percebi que com você eu sou muito mais interessante? Será que você não vê que eu não quero me explicar, mas me força a decifrar algo que na verdade é foda justamente por não ser óbvio? Não, você não vê. Ou melhor, você não me vê. Só consegue ver a si mesmo (a), a falar de si mesmo (a), a reconhecer seus pontos falhos e fazer deles as melhores qualidades, para se proteger das minhas idéias. Na verdade você não tem medo de mim, você tem medo é do amor que guarda. Acabei cansando de falar de amor, de bem querer, de carinho, pois cada vez me sinto falando comigo mesmo, apenas. Cansei do medo dos outros.

Alimentei toda a razão dentro do meu peito, e no final ela me disse só uma coisa: "Agora, vá buscar no coração a razão para viver". Busquei, e te achei. E depois? Parti sem dar explicações.

Pronto. Foda-se. Exorcismo #rules.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Vida real

Semana no seu segundo dia útil (acho essa expressão tão ridícula, já que os dias em que eu mais faço coisas relevantes são no sábado e no domingo) e eu aqui trabalhando. Parei para pensar em como a rotina se insere nas nossas vidas sem que percebamos assim, logo de cara. Você repara que pega sempre o micro ônibus no mesmo horário, senta no mesmo banco, chega ao Metrô e quase sempre opta pelo mesmo vagão. Faz o mesmo caminho, chega no trabalho, senta na sua mesa e tenta fugir um pouco da normalidade natural que tomou conta da sua realidade.

"Não sei mais o que vai rolar, é muito tempo para esperar"


Depois tem a faculdade. Chega lá, como meu lanche, olho para as pessoas, fico observando elas andando, e pensando na minha vida (não em como vai ser, mas como ela está). Durante as aulas eu viajo mais ainda. Os professores falando e eu imaginando como seria interessante se alguém colocasse fogo na sala. Ou como seria legal se eu recebesse uma mensagem dizendo "Vamos sair daqui?". Enquanto isso, as teorias sobre comunicação e tudo mais vão passando diante dos meus olhos, sem me seduzir, sem me fazer sentir nada além de uma enorme falta de foco. Fico pensando em filmes também. Agora, por exemplo, estou lembrando de "Volver", um dos meus favoritos.

Preciso de cenotonina, preciso de um beijo, preciso de tempo para não fazer nada com ele.

xoxo

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Nossos corações ainda estão em chamas

Não dá para entender por completo. Há um esforço mútuo para descrever as razões que levam algumas pessoas a evitar a felicidade, a deixar de viver a simplicidade dos versos improvisados e envergonhados. Eu poderia passar meses escrevendo sobre todos os sentimentos sem nome, e ainda assim só teria em minhas mãos o seu medo. A sua incerteza.

Interlúdio (à deriva)

No silêncio que precede o amanhecer me vi despertando naquele vilarejo, vazio. O cheiro de café animou meu corpo, o coração começou a bater mais rápido, menos sonolento. Parece que eu havia dormido por séculos. Tudo estava muito barulhento, todas as cores estavam estouradas e a luz me cegava. Percebi que estava só, e que talvez o tempo dormindo só tenha servido mesmo para me recuperar de antigas feridas. Eu vendi meus dias em troca do esquecimento. Tolice, cá estou eu lembrando dos detalhes.

Do que me adiantam as fotos se busco nelas os seus movimentos? De que me adianta ouvir nossas músicas se não tem sua voz misturada às vozes dos vocalistas? E o perfume de canela que não vem acompanhado do abraço demorado? Eu nunca fui de falar muito, é da minha natureza, mas durante todo esse tempo eu busquei garantir que nada te deixasse triste. Sem você ver eu mudei parte do mundo só para que pudéssemos ter um local só nosso.

E hoje eu estou nele, neste vilarejo. Sozinho. Mas vivo, com o coração em chamas. E você? Me dê a chance de ouvir a resposta olhando nos seus olhos.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

I no longer hear the music

Parei tudo, o som alheio, os pedidos, as ordens, as obrigações, simplesmente tudo, só para ouvir nossa música. A importância do ato de não se importar está justamente nisso, parar e não recomeçar quando o sinal for verde. Ou recomeçar só quando não houver mais nenhum sinal de que alguém nos controla.

Não me interessa estar dentro ou fora da sala, da mesa de trabalho. aprendi ao longo dos anos a respeitar minhas vontades, independente da vontade dos outros. E assim vivo no imediatismo do meu humor experimental. Mas não esqueço de ouvir nossa música. ainda que outras músicas tentem fazer com que eu sinta as coisas de uma outra forma.

Precisei lembrar disso:


"Chegamos em casa quase ao mesmo tempo. Jogamos o "trabalho" no sofá. Pastas, matérias escritas à mão, desenhos e folhas A3, dois isqueiros, duas chaves. Um breve "oi - seguido de um abraço cansado - e a disputa pela xícara de café.

- Quem vai tomar banho primeiro? Eu ou você?
- Eu.
- Por quê?
- Porque já estou no banheiro (correu)
- Ok. Pizza de quê?
- Sei lá.
- Vou fumar um cigarro e pensar sobre.
- Amanhã nós vamos no estúdio?
- Sim, vamos tentar matar tudo em uma sessão só.
- Ok, e depois?
- Depois tá muito longe, toma seu banho e me deixa pensar na pizza.

... "

Ouvindo - The Libertines: Music When The Lights Go Out

domingo, 18 de abril de 2010

Ah olha, se não sou eu, quem mais vai decidir o que é bom pra mim?




Costumava lembrar dos locais e dos nomes através de cheiros, ou de sons. Chegava dezembro eu lembrava da minha casa pintada de amarelo. Raios de sol, depois chuva, aquelas gotas douradas. Cheiro de terra, cheiro de comida da mãe. Durante o ano, eu lembrava do perfume forte de quem eu gostava, e toda vez que eu o sentia em outras pessoas, o rosto familiar surgia na minha mente. Talvez eu nunca estive só por completo.

Durante a semana em que rasguei o calendário, percebi que deixar uma lacuna no "espaço-tempo" é solução para o medo do novo. Não adianta eu ter uma âncora no braço, sem saber que ela está ali justamente pelo balançar do barco que me deixa à deriva. Sinto a liberdade correndo pelas minhas veias, ao mesmo tempo que o coração bate mais forte ao pensar que possa existir uma pessoa capaz de me abraçar e dizer "Hoje, sou eu quem luta por nós". Nunca gostei das coisas previsíveis, mas existem formas de dizer o que é clichê sem perder o "encanto".

Eu sei quando escrevo para alguém. Sei fazer as palavras baterem no ritmo da paixão, sei até onde posso ir, só que dentro dos meus textos não existe um único caminho. Eu já não me lembro do início, não sinto mais nenhum cheiro nem barulho. O silêncio me faz sair daqui e perder as lembranças que, quando não se apresentam na forma de nostalgia, guiam meu coração para a resistência.

Mas aos poucos sinto o perfume voltar. Tem cheiro de hortelã. Tem o som de um estalo vindo do beijo. Foi com isso que construí uma nova lembrança. Boa, mas breve.

domingo, 11 de abril de 2010

Quanto menos nomes, melhor

Senta de boa na mesa, relaxa e para de fazer cara feia. Tô te chamando, te convidando para fazer parte dessa diversão. Vai vir ou ficar olhando para o lado? É assim que tem que ser, tem que ser suave, tem que ser de leve.

Se for para ser apenas por 10 segundos então esquece. O que é bom dura pouco, eu sei , mas é o tempo suficiente pra fazer a gente sorrir. Então vamos lá, eu dei a dica. Agora você tem que me mostrar o resultado.

Se liga, os dias estão passando e você? Tá fazendo a sua história ou vivendo a dos outros?

Abraaaaaaça, Dhjow.

domingo, 4 de abril de 2010

Fica do meu lado até o sol chegar, enquanto a estrada não chama




Já foi pego de surpresa? Ficou sem o solo debaixo dos pés e caiu num pânico gostoso? Já se viu sonhando com alguém em menos de 2 dias de conversa? Já se viu pedindo pro tempo parar, para a vida seguir sozinha e você poder segurar na mão do destino sem medo? Já se viu falando um nome que nem sabe falar o seu corretamente?

"To aprendendo a lutar contra as emoções de engano". Tem coisas que só vem quando o sol chegar, e você só enxerga além do óbvio quando aquele tom alaranjado de fim de tarde cobre o litoral. Não existe melhor trilha sonora do que o mar ... Não existe melhor pintura do que a do horizonte sem fim.

As vezes evitar o amor só faz com que ele se fortaleça. As vezes não deixar um falso amor só te impede de ver aqueles 2% que ainda fazem alguma diferença.


S2%