Não sabe garoar, só sabe ser temporal.
Não sabe chover, só sabe despencar.
Quem dirá fluir, no final só sabe transbordar.
E ele se segura, faz represa da própria vida
e preza por uma tranquilidade que
presa se transforma em rio de si mesmo
Parado.
Inundado de vontades
e impossibilidades.
Não sabe escorrer, mas aprendeu a arriscar
riscando na parede do peito
cada dia a mais afogado.
Fez-se mar por amar
Fez oceano por engano
Grande demais para se caber
Sem cabimento subiu na maré do destino
molhando os lábios arenosos
Com o gosto salgado das lágrimas
Aprendeu a ser temporal
Por bem ou por mal
Aprendeu a despencar
De tanto confiar
Mas não deixou de transbordar
Quiçá navegar. Quiçá ancorar.
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