Hora de olhar para dentro e não evitar o desconforto. Pois
uma simples pergunta fez com que eu ouvisse os sussurros tímidos da culpa que
me assolava há tempos. Sim, eu também fui responsável pelos recentes fracassos
sentimentais. É importante admitir e não mentir para si mesmo.
Quis mais do que devia. Deixei o egoísmo se fantasiar de
amor incondicional e, ainda que tal sentimento habitasse meu coração, jamais
pude dizer com plena certeza que fiz o que estava ao meu alcance, sem medir
esforços. Penso eu – e agora enxergo com clareza – que uma das atitudes
cabíveis era a tentativa de compreender que nem todos nós desenvolvemos o mesmo
carinho por quem nos transmite carinho. Cedi às mentiras que confortavam o
pouco de razão que parecia possuir e no final das contas só prolonguei a dor.
Esta conversa consigo mesmo já estava marcada. Negligenciei.
Ignorei. Evitei e me vi sem saída. Vi tudo, menos o que era real e concreto.
Nunca é tarde para revisitar os pensamentos e sentimentos. As
lacunas estão lá, assim como as marcas de socos nas pareces do quarto, a
nicotina que tinge a ponta dos dedos, a saudade, o último gole...
Mas hoje entendo que há amor e não apenas amor. Também
existe história, boas lembranças e o sorriso que não abandonará meu rosto no
próximo encontro.
Reaprendi a dizer “eu te amo”, levando em consideração
apenas o “eu”. Pois é isso que sou. Eu, dentro de mim. Esperando pelo “nós” que
ainda está por vir.
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