segunda-feira, 1 de novembro de 2010

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Por trás da complexidade de cada estrutura formada por átomos está a superfície lisa da anulação de conceitos e explicações. Surge a supernova de incertezas que de tempos em tempos lembra a todos de que sabedoria não quer dizer supremacia. Cada passo fazia ecoar por quilômetros o barulho da madeira rangendo. O final do corredor parecia não ter fim. A luz no fim do túnel era o sol que se despedia naquela tarde única, como todas as outras tardes.

Os graves envolviam meus ouvidos. Imagens em câmera lenta e os movimentos eram leves. Livres de gravidade. Existe alguma gravidade? Na sacada, apenas o horizonte em constante transformação como se estivesse insatisfeito consigo mesmo. Dele, nasce o olhar do perdido. O sol se vai e a chuva chega, como sempre, para tirar as marcas dos dedos humanos. A terra agradece.

Era a segunda camada da consciência:

Mais para o fundo. Mais profundo. Por debaixo das camadas desconhecidas. O que vi?


"Ruínas. Toda a arquitetura humana reduzida a pó. Casas, prédios, memórias, carros, proezas, conquistas, vitórias, vergonhas, histórias, resistência. Tudo no chão. Na linha limite entre a ausência total de matéria e a plenitude do abstrato. Chovia constantemente. Não havia população, logo, somente a natureza conseguia quebrar o silêncio. Os espelhos não refletiam mais o mundo. Estradas e mais estradas de rastros não batizados. Aquele lugar permitia que a mente se ampliasse. Assim como suas lacunas.

E como voltar? O que me prendia nas camadas superiores? Quem estava me chamando? Alguém tentou me acordar? Para. Deixa o pensamento fluir. Deixa...

O homem apenas registrou sua decadência e tendência suicida.

Desespero e ansiedade
(Inspira)
Já não está tão difícil de entender
(Expira)
A razão abandonou o argumento
(Inspira)
A desordem deu sabor à imaginação
(Expira)
Os nomes ainda causam sensações
(Inspira)
As sensações são queimadas
(Expira)

No final do corredor, após chegar na sacada, o horizonte se decidiu: diante dos meus olhos estava uma enorme montanha e no topo dela uma árvore.

Espere. Em breve, os frutos vão cair.

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