quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Moonspell







Ao anoitecer, resolvi sair e caminhar um pouco. O céu estava bem azul, repleto de estrelas e a Lua envolvida por nuvens. Me senti tão confortável quanto ela. Os pensamentos negativos desapareceram. Foi aí que deitei sobre a grama e dei voz aos meus pensamentos.

Ela sempre esteve ali. Silenciosa e imponente. Na verdade, nunca disse se era ela ou ele. Apenas existia sem se importar com seus admiradores. Quantos corações ela/ele partiu? E quantos outros ela/ele encheu de amor e esperança? Não sei, não procurei saber. Banhava minha pele de um prateado único. Esfriava o solo como se cantasse o sono em notas suaves. Misticismo por trás de três faces.

As cores frias predominavam. Os olhos, cansados da iluminação exagerada, agradeciam pelo "silêncio". Os lábios beijavam o rosto, bem no local onde as lágrimas costumavam escorrer. Neste instante, as folhas das árvores balançavam como se batessem palmas e seus galhos dançavam, livremente. Eu ainda estava parado na grama, sentindo e não mais pensando.

Se tapei os ouvidos, foi para poder ouvir a música. Se os olhos foram selados, é porque queria sonhar, apenas. Se a boca ficou calada, é porque aprender se fez mais necessário do que dizer tudo aquilo que no fundo nunca soube. Talvez, o passo mais próximo do abismo da morte que dei. A ausência preencheu meu ser.

E ela sorria, entre abraços e o sopro do Zéfiro. Eu também sorri. Aquele azul profundo e misterioso alimentava minhas veias como se o universo inteiro precisasse se refugiar dentro de mim. No peito, o calor de um sol aprisionado, incompreendido. Nos olhos, o brilho da Lua.

Nos lábios, a canção que só nós sabemos a letra. Quantas letras para dizer apenas uma única palavra: Silêncio.

E então, todos os problemas se transformaram em poeira.

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