domingo, 27 de junho de 2010

Meu "Adeus" fantasiou-se de "Te Amo"

Deitado, dentro do seu apartamento. Cheiro de cigarro e talheres jogados embaixo do criado mudo. É uma cidade tão distante da sua. Estamos falando de um lugar do outro lado do oceano. Tudo aquilo que você conhece ficou para trás, mas isso não parece te incomodar.

O novo diante dos seus olhos. Prende a atenção e desvia o caminho da saudade. Parece que as diversas possibilidades resolveram buscar você, no meio de tantas pessoas. Ruas lotadas, carros e suas buzinas, luzes que enfeitam a cidade. Realmente, este é um novo lugar. E você continua o mesmo.

Uma conversa na mesa do bar, uma saída apenas. Houve um tempo em que você suportava todo aquele barulho e todas aquelas vozes apenas para fazer parte de um grande grupo. Cansado de interpretar tão bem o papel de pessoa comum, você decidiu respirar do lado de fora. Alguém que tinha mesma necessidade que você apareceu, chegou perto, puxou um assunto qualquer e quando você percebeu já estava amando novamente.

Não é como nos filmes, que colocam câmeras nos momentos de solidão do personagem. No seu apartamento o silêncio impera, a menos que você o quebre com aquela bela música da uma trilha sonora qualquer. O telefone não toca como deveria tocar, nem mesmo as cartas que escorregam por debaixo da porta trazem as palavras belas que um dia enfeitiçaram seus ouvidos e olhos. Ainda assim você consegue se sentir bem, em paz.

Porque em alguns casos a felicidade está no momento em que se diz "Adeus".

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