Causa e efeito, consequência, sequência de nove meses – ou oito, de repente -, você, mais uma vez você, mais 13 vezes, uma a cada ano, a cada vela apagada e primeiro pedaço dado para calar, e não adoçar, a boca. Você, orgulho de notas altas e estridentes, de “A” valendo mais que “C” e de gol na final do campeonato juvenil ecoando mais do que o chamado para o almoço.
Você, na flor da adolescência, na dor na impaciência, no choro engolido por orgulho e no medo adquirido pelo mundo; você, desbravador de peles e pernas, acariciador de cabelos e egos, eternamente apaixonado por tudo o que não pode ter, mas pode tocar.
Você, ingrato, que de filho passou a bastardo. Que da porta da rua passou a ser gaiato, pilantra, esperto demais pra caber numa cadeira de delegacia, disperso demais para ouvir quem te ensina, ingênuo demais pra conhecer a família da menina.
Você e quantos mais de vocês para compor apenas o único realmente capaz de se entregar em escritas sem fé nem destreza? Você, eu.
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