Sobre sobras e camilas
Injustamente, as sobras recebem sempre um canto, um espaço vago pelo acaso, um saco ou uma vala qualquer para residir. Justamente porque o resto do mundo se esquece de que sobra é excesso, é fruto do que transbordou, é a prova de algo um dia foi abundante e constante.
Das sobras de si mesma nasceu a Fênix. Das sobras de si mesmo estruturou-se o universo. Das sobras sobramos nós, excesso do desconhecido. E dos farelos de quem não cultiva crença nascem sobras e argumentos para justificar a existência autônoma.
Sobra, porque não nos permitimos mais faltar. E fazer falta.
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