quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sangue da alma

Suor, o sangue da alma.
Transpirar e transcender as veias, a pele e os limites do corpo 
Maré alta do desejo, a cheia dos rios de anseios

Suor, o sangue da alma
Que sai salgado
Pra curar as feridas
Pra benzer cicatrizes
E afastar mau agouro

Suor, o sangue da alma
Invisível, mas sensível
Que exala o cheiro da gente
E atrai outras como a gente
Untadas em marcas há pouco marcadas - E nem um pouco salgadas

Suor, o sangue da alma
A prova de que não se cabe no próprio corpo
A lágrima de cansaço
Que não ri nem chora
Nem triste nem alegre
Salgada, lágrima caída
Ou gota de chuva
Tanto faz
Que fez
Suou
Até deixar no chão

O mar.
Mar de nós.

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