sábado, 6 de agosto de 2011

Ponte

O asfalto nunca esteve tão perto do meu rosto. Agora, vejo a poeira deixada por milhares de pessoas que nem conheço. Percebe? É como ser solitário num planeta quase lotado. O vento passa e leva tudo.

A semana passou num ritmo próprio. Não fui à faculdade. Não tinha muito sentido e, quando decidi ir, passei o horário de aula bebendo com um velho amigo. A conversa tinha gosto de cigarro e conhaque. Tive certeza no momento de dizer "adeus". Talvez, "adeus" não, mas "cuide-se, caralho".

Resolvi queimar os últimos instantes de liberdade tentando dar espaço ao "amor". Maior burrada de todas. Por que eu não acerto? Sei lá, acho que no fundo gosto mais de mim e não consigo fazer outra coisa, senão aquilo que quero e acho que devo fazer. Comportamento intfantil ou de adolescente inconsequente. Mas o que posso fazer? Recuso-me a aceitar uma vida de covardia e babaquices. Sim, covarde e panaca aquele que vive em função da autoridade dissimulada dessa "sociedade do espetáculo".

Mande-me fazer algo que irá ouvir um "não". Peça, e aí sim poderemos conversar. Ninguém tem o direito de mandar, ordenar. É por isso que as pessoas são assim, relaxadas. Porque sabem que no fundo sempre haverá um frustrado para lhes dizer o que fazer. Experimente libertá-las. Talvez, elas mesmas sejam capazes de traçar seus limites. Caso não sejam, vão fazer questão de resolver logo a situação. Provavelmente, vão morrer. O que não deixa de ser natural também.

Foda-se.

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