sexta-feira, 9 de julho de 2010
Passaram-se duas semanas. Os primeiros dias não foram tão fáceis. De início parecia que toda a minha energia havia se esgotado.Não tinha ânimo para levantar, não queria encarar o dia e suas exigências patéticas. Mesmo assim levantei e fui adiante. Gosto amargo na boca, estômago gelando, impaciência, vozes dizendo para colocar um ponto final naquela situação. Crises que surgiam do nada e muitas vezes me faziam descontar a raiva nas pessoas erradas. Na verdade, não havia uma pessoa certa e isso me irritava.
Nos dias seguintes o silêncio tomou o lugar da agitação/insatisfação. Não queria falar, não queria responder, não queria perguntar. Saía do trabalho e andava pelas ruas, observando as pessoas e o mundo que as rodeava. Me afoguei nos filmes, mas parecia que quanto mais eu acertava na escolha, mais distante ficava da esperança que deveria me servir de base. Ou talvez fosse me servir de muletas. Evitei encontrar os amigos e estava mais uma vez me colocando num canto escuro e ridículo, um lugar que eu nunca fiz questão de ficar, pois trocava a tristeza pela cólera. Mais alguns dias passaram e eu comecei a andar novamente.
Isso não significa que as coisas tinham melhorado. Não, elas simplesmente perderam o "ar" de novidade. Voltei às bases, recuperei uma certa segurança e frieza que me eram familiares, foi assim que me ergui mais uma vez, mesmo sentindo meu coração mais pesado do que um rochedo. Distrai a mente com atividades superficiais. Admito, funcionou. Precisava gastar energia de alguma forma. Caminhar me faz bem, parece que o tempo fica mais lento e eu posso pensar em todas as coisas que preciso resolver ou que já não fazem mais sentido para a minha vida. Estava limpo, recuperando uma firmeza que já não lembrava como era.
Foi então que fiquei diante do vício. Diante daquilo que estive lutando contra durante todos estes dias. Não foi fácil, nem bom nem ruim. Foi meu batismo de fogo. O que vai ser? Não sei, nem procuro saber.
Na faixa que envolve meu coração, todos esperavam ver um nome ou uma declaração. Decepção, vazia de letras a faixa só deixa claro algo que sempre fez todo o sentido para mim: Meu amor não precisa ser intitulado, o nome dele é invisível para a maioria.
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