domingo, 25 de janeiro de 2009

Mãos Negras ... rostos quebrados




Um dia sem graça, não havia nada de especial para se vangloriar ou reclamar , acho que estava calor, ao menos eu me sentia quente e sufocado. Quando finalmente anoiteceu , o telefone toca ( ou talvez um contato via internet ), e o mais simples dos convites mudou totalmente não só aquele dia, mas até mesmo a letra de umas das musicas que canto até hoje.

"Vamos sair ? Para onde ? Sei lá, minha casa tá um inferno , só preciso sair ... Ok, vamos sim, longe de tudo isso ... pega seu spray e uns stencils,blz ? Fmz ! "

Sair com R$2,30 no bilhete, calça rasgada, mochila com apostilas de informática e sem nenhuma vontade de criar itinerários é sem duvidas a melhor coisa do mundo.

No final das contas é sempre assim , você é o que você recebe, você odeia , mas você é ... você se vê nu, e acaba sendo o que eles acreditam. Não tomei um café gelado nesse dia , mas ninguém me disse , ou te disse como mudar o mundo , ou como deveriamos nos comportar. Apenas sorrimos e tudo isso bastou.

As paredes ganharam novasc ciatrizes , marcas de almas que queriam uma liberdade diferente, a liberdade de não voltar ... e quando quisesse, voltar. Foi assim, que olhei para as minhas mãos e elas estavam negras por causa da tinta, e olhei para você ... te vi , e vc me viu .

Dias depois , nor tornamos apenas rostos quebrados .

Black hands, broken faces.

É assim que eu sei sentir.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A certeza de quê ?




Em certos momentos me sinto tão amarrado, e preso a valores que não me convencem. Não sinto uma necessidade de mudança nem mesmo busco algum caminho ou salvação. O que é ser salvo hoje em dia ?

Escrever parece ser um anestésico, ou analgésico ... algo que pare com a dor por algum tempo e que também te deixe dependente. Dependência se torna sua nova melhor amiga, basta olhar para os cantos do quarto e encontrar latas ... e restos. Queria sentir mais liberdade do que a que sinto atualmente. Não sei se é a voz do Morrisey ... não sei se é o clima frio. O que eu sei é que acho saber muito sobre mim , mas se realmente soubesse tudo , estaria certo de que não viveria o bastante para me tornar eterno. Todos buscam, de certa forma, a capacidade de se tornarem eternos na memória de todos aqueles que em vida amou , ou odiou.

Se eu tivesse a certeza de que sou o que devo ser para o resto da minha vida, faria questão de morrer no minuto seguinte.

Não saber me mantém vivo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Era imperfeito , mas perfeito para mim




Não sei de onde veio , nem qual era seu nome. Apareceu naquele cenário azul escuro, quando eu decidi subir para meu quarto e ficar lá por horas. Então sentou-se, sorriu, nada de timidez. Eu não tinha o que dizer, apenas sorri olhando nos seus olhos.

Quando saímos daqui, apenas andamos pelas ruas e achei um lugar perto das estrelas, literalmente. Era como naqueles filmes (infelizmente) americanos onde as pessoas se sentavam perto de uma colina que permitia ver a cidade iluminada e o céu escuro e cintilante. Lá, havia um lugar ao meu lado, ele se levantou e foi até a frente, falou com algumas pessoas, elas sorriam , trocava olhares e brincava, dominava a atenção de todos, porém a minha já o tinha deixado livre. Foi quando então um outro alguém sentou ao meu lado e por alguns segundos conversamos. Então ele viu, e voltou , abandonou todas as outras pessoas e pouco se importou com toda a beleza atrás de suas costas. A pessoa não queria sair do lugar, e eu apenas observava sem dizer uma palavra, então olhei para ele e fiz um sinal com os olhos indicando que ele devia vir para o meu lado naquele instante, então ele foi perto do local, a outra pessoa se sentou e ele ocupou seu antigo lugar. Realmente, ele estava de volta, posto no seu devido lugar, ao meu lado e dentro de mim. Deitou sua cabeça nas minhas pernas e eu acariciei seus cabelos negros. Essa foi a nossa noite.

No outro dia passei na rua, ele estava sorrindo e conversando com alguns amigos... apenas olhou para mim, eu sorri de leve e passei sem parar para qualquer tipo de conversa. Era como se não nos conhecêssemos de verdade.

Eu podia dizer qualquer coisa ... podia dizer que odiava, que preferia vê-lo morto, mas a única coisa que eu não podia dizer era adeus.


Sad Eyes.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Imagine o quão difícil é ...


... viver sabendo que não poderá ir muito longe sem antes sofrer por longos sete anos. Ou o quão difícil é, causar vergonha nas pessoas que você mais ama e ter que fingir acreditar que realmente esta fazendo algo errado. Imagine como é complicado mentir para si mesmo todos os dias, numa busca desesperada por um lugar desabitado neste planeta, criando mil e uma maneiras de fugir de todos os pensamentos que só te dizem a verdade. Verdade esta que queima no peito todas as noites antes de dormir.

Será que você consegue imaginar ? Mas não basta somente imaginar, você tem que sentir, exatamente como eu sinto e quem sabe assim, descobrirá o que é realmente desaparecer, sentir a eletricidade como ela de fato é. Não são dois passos nem três que te levarão a tal momento sublime, no entanto uma dança inteira, a dois seria o bastante. Não bastaria um adeus simples, munido de olhares, contudo, um beijo no rosto e um sorriso fariam dos seus dias os mais completos do universo. A sua liberdade, debaixo dos pés.

Imagine o quão maravilhoso seria juntar em uma só canção as palavras que mais tocam seu coração e saber de cabeça a letra inteira, seria algo tão forte que correria por suas veias. Quem pode imaginar o quão extenso é o pensamento humano, ele pode ultrapassar as barreiras da morte e ir buscar num simples campo verde as palavras de alguém que não esta mais lhe dizendo como se comportar na cozinha. Já imaginou se aquele vinho com gosto de xixi não tivesse sido bebido ? Com quem você correria, com quem você dançaria, com quem você dividiria os momentos mais importantes da sua vida ? Sozinho é que não ia ser.

Imagine se você soubesse dizer não para aquela pessoa tão bonita que esta dando em cima de você, causaria repulsa em muitos e inveja em tantos outros. Mas deixaria você mergulhado num êxtase, a sensação de descontrole sobre o controle diário que temos que ter sob nós mesmos.

O que eu sei, é que mesmo imaginando tudo isso, estaremos longe um do outro, pois desapareceríamos, e só quando toda a imaginação acabasse voltaríamos. Você me conta qual a sensação de se misturar à eletricidade, eu te ensino como voltar milhares de vezes a lugar algum.

Ela deixaria. Eu também. É assim que dançamos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Caem as folhas secas.




Amigos chegam, amigos saem ... tudo é simples assim. Tão normal que só podemos nos acostumar. Mas as vezes é bom visitar aqueles que preencheram um espaço importante dentro de você. É sempre bom lembrar de onde você veio.

Basta me sentir um pouco pressionado e perseguido que eu faço questão de me afastar de tudo e todos. Não sei o que seria de mim sem a minha liberdade e meus momentos de individualidade, se tem algo que me irrita são aquelas pessoas que acham ter algum domínio ou conceito para exigir alguma coisa de mim. Aí tudo flui natural, eu simplesmente volto para meu mundo , e que o dos outros se foda. No final é tudo igual, mesa de bar, bebidas e falsas promessas.

Se pá to em outra vibe, de gente mesquinha, gente que fica em cima do muro e dos que só reclamam das coisas mas não fazem porra nenhuma , eu tô de boa óh.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Vou fazer uma cópia de mim mesmo.




Tédio.

Desânimo.

Marasmo.

Férias.

Bem nessas mesmo, eu não estou nem um pouco contente por estes dias , só estou vivendo. Nada de mais. Queria mesmo poder fazer um clone meu, assim teria com quem tocar guitarra, teria com quem passar a tarde falando de musica e movimentos contraditórios. Seria bom até, mesmo que os dois estivessem no extremo do mau humor seria interessante, pois não íamos tentar acalmar um ao outro, provavelmente beberíamos algo para em seguida falar muito mau daquilo que nos atormenta.

Depois voltaríamos a tocas, seria legal , mas infelizmente não é possível Não tem ninguém com quem eu possa fazer isso, realmente eu devo ter chegado ao fundo do poço e não ganhei mais 2 braços do Papai Noel para então poder tocar a guitarra e o baixo ao mesmo tempo.

Tudo é um saco , essa povo aí que se diz rock , só ACHA que representa quando estão travestidos. No fundo, ninguém toca, só fala sobre como se tivesse vivido algo.

Foda-se. Liga o baixo e faz a sua.