quarta-feira, 15 de junho de 2011

No peito, o universo

As palavras estão acabando. E o entendimento nunca chega. Sem compreensão sobre minha própria existência, passo a ter dificuldade em aceitar o fato de que me considero apenas um fragmento perdido no espelho estilhaçado. Me recuso, e essa é a minha doença crônica. Recusar.

Esse universo que tomou lugar do apertado coração é grande demais. Não é vazio, pois sempre captura algo perdido com sua gravidade peculiar. Há sempre uma estrela que traz esperança e a mata segundos depois. Sua luz já está morta. Estrelas brilham mesmo depois de mortas. E ainda assim, me encanto com elas. Em outros instantes, tenho vontade de fazer parte de algum mundo particular. Ser presença exclusiva em terras que me recebam com os braços abertos e suas veias expostas. Como rios, me vejo envolvido pelas águas seguras de um amor simples e natural. Mas o meu peito é o universo, não posso fazer parte de algo em especial, pois dou o todo em que todos depositam os problemas de seus "universos particulares". Eu captalizo as vibrações e tenho a missão de levá-las para bem longe desses planetas que, mesmo pequenos e turbulentos, dão cor à imensidão escura que sustenta meu ser.

Tais palavras não refletem uma tristeza profunda e fúnebre. Abandonei os estereótipos em torno de termos como "escuridão", "vazio", "silêncio". Ao lidar com estes elementos, percebi que é possível se adaptar e, principalmente, ouvir-se, ver-se e completar-se. Meu peito e seu universo em constante expansão cobram muito da mente. Cobram do corpo, cobram de tudo. Sugam. E eu vivo apenas para alimetá-los.

Um universo... gosto assim. Um coração é pouco para tudo o que sinto.

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