Controlar a raiva... Segurar o choro... Forçar um sorriso... Apertar a mão com pouca força... E quando só nos resta sentir? Nem sempre conseguimos censurar o que há de pior/melhor em nossa essência.
Sempre tive fortes ondas de raiva que destruíam os castelos de areia feitos pela razão. Não me importava com a complexidade das paredes ou os detalhes na escadaria. Era areia e devia ser derrubada. Devia voltar a sua forma homogênea e sem definição. Sem razão, sem pontas, sem forma. É isso, a raiva quer isso de mim. Quer que eu não me reconheça e apenas dissolva o que sobrou. Poeira. Fragmentos. Restos de restos.
Mas de repente, as ondas recuaram e então pude enxergar além do óbvio. Pude perceber que a raiva, tão poderosa, se traiu. Ao invés de me cegar e não permitir que visse a simplicidade das coisas, me ajudou a encontrar um ponto de canalização. E qual foi este ponto? O fato de olhar para mim mesmo e perceber que não sou eu o perdido. Não sou eu quem conta grãos no litoral, como se buscasse a si mesmo. Tão pequeno.
Basta saber lidar com o mar e saber que ele está cheio de possibilidades. Um dia a maré sobe, no outro...
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