O que não havia era um nome pro lugar onde eu queria ficar.
Chegar a um ponto em que não havia passado nem haveria futuro. Este foi o primeiro pensamento a tomar as malas de minha mão quando desembarquei. O meio termo cabia perfeitamente. Era ele, o meio, apenas tempo presente - aquele sentido ao longo dos momentos que se findariam em si. Descompromissado, solto - como eu - o tempo. Era assim que eu interpretava a viagem: como um marco zero. Era o presente. O estar presente.
De volta, enquanto revisito agora as lembranças, consigo observar perfeitamente as nuances dos momentos vividos. Na suavidade da transição entre tons sem bordas, recordo de cada cor sem que uma se misture a outra. Entendo, hoje, que era o lugar. Ainda sem nome, mas era o lugar. Só uma figura permanecia intacta e pendurada em todas as paredes, horizontes, mares, distâncias, lençóis, anoiteceres, amanheceres, olhares meus por através dos dias: a dele.
Lar
Onde eu chego e quero ficar
onde eu finco e insisto em não deixar
rastro algum, além das marcas em cada curva
que insiste em me dobrar.
Duas vezes mais perdido na vastidão
desse espaço macio sobre o qual largo meu corpo,
alargo meu gosto e degusto o que há de melhor na região:
seu rosto que... dentro da minha boca faz abrigo e brinca comigo
sem me deixar outra opção senão parar, admirar e dizer em alto e bom som
lar, doce lábio.
De manhã me aconchega e diz que eu posso ficar mais tempo na cama
sem me deixar outra opção senão parar, admirar e dizer em alto e bom som
lar, doce lábio.
De manhã me aconchega e diz que eu posso ficar mais tempo na cama
pra só de tarde perguntar se eu saí e vi o mundo lá fora
Quando escurece, é você que aparece vestido de noite
passa um endereço, define o local e marca a hora
desse jeito não tenho outra saída senão chegar na calma
de quem não reconhece as ruas que vê, mas confia no desejo
no desejo de te ter.
no desejo de te ter.
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