Bebo goles com sede
de engordar a desesperadas goladas
essa garganta há tempos vazia
desce quente pela traqueia
enquanto a barriga, fria, cozia
Bebo sem parar
consumo a seco o suco
sem dar paz à boca alheia
quem sente o gosto é o corpo
e a pele que, de repente, arrepia acesa
Bebo sem hesitar
vejo no fundo do copo
meus olhos marejados de saudade
Incapaz de pensar duas vezes
tomo três pra molhar as vontades
Bebo goles sem arrependimento
trançando os pensamentos gingados
Caio pelas ruas entre as pernas
ainda com choradas não lagrimadas
no escorrego do rosto corado, em si mesmo vingado
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