Gosto dos meus sonhos. Eles sempre te trazem até mim.
Feriado prolongado e todos decidem ver o mar. Eu escolho isso todos os dias, mas ainda assim não consigo vê-lo. Ouço seu chamado, mas ignoro e meto a cara numa tela de computador. Não é fuga nem nada, é apenas a realidade como de fato ela é.
Ao menos meu coração continua orgânico. Eu prometo.
E por que ele irá nos separar?
(...)
Não escolho gostar de quem eu gosto. eu simplesmente gosto e sei que isso não vai mudar mesmo que eu tente com todas as minhas forças. A única maneira de não cair nessa ilusão é evitar o contato. Privar-me das longas conversas e dos encontros sem compromisso. Eu queria esse compromisso, no fundo gostaria de dizer que sou seu. Teria que ignorar qualquer chance de escrever minha história do jeito que tanto sonhei.
Sobre meus amores
O primeiro amor marca também a primeira decepção. Intrigava-me, pois era como o fogo. Bastava aparecer e todos prestavam atenção em você. Longos cabelos castanhos e os olhos mais bonitos que já vi. Tinha cheiro de liberdade. Me fez ter frio no estômago e perder os sentidos no primeiro beijo. Me fez sofrer demais e, graças a isso, aprender sobre a indiferença.
O segundo amor me provocava. Sabia me irritar e nunca terminava aquilo que tinha começado. Falava muito e queria me domar de todas as maneiras. Juntos éramos a melhor dupla, separados garantíamos as melhores brigas. Escolheu outra pessoa próxima de mim, mentiu por medo e me perdeu.
O terceiro amor era metade de mim. Estatura baixa, voz de sempre teve tudo o que quis e o melhor perfume de todos. Era uma mistura de vinho com todo o tipo de rebeldia. Tinha os melhores discos, conhecia os melhores sons. O melhor corpo para se abraçar. Nos perdemos no caminho. Queríamos a mesma coisa: conhecer outras pessoas.
O primeiro amor sem nome. Ganhou-me pela coragem. Veio até mim sem medo das coisa terríveis que eu poderia dizer. Disse e arriscou. Sem que soubesse, tinha ganhado meu coração naquele instante. Me fez esperar todos os dias na calçada, para ver seu rosto cansado. Fiquei louco de tristeza quando partiu, mas ganhei vida ao atender o telefone e ouvir sua voz. Era algo incerto, que não se pronunciava. Não me perdeu , porque nunca me teve. Foi o primeiro amor sem nome e sem som.
O segundo amor sem nome veio como flecha. De primeira, teve meu desprezo e sentimento de rivalidade. Ganhou espaço ao tentar apenas ser alguém próximo de mim. Tinha um sorriso leve, mas com o olhar penetrante. Sabia ouvir e queria conhecer. Sabia conhecer depois de ter ouvido. Me tirava a razão e por isso conseguia fazer meu coração pulsar. Nossos caminhos eram desconhecidos e por este motivo é que partíamos todos os dias. Perdeu-me quando se perdeu e não sabia mais quem era diante do espelho.
O terceiro amor sem nome está vivo. Vai além das linhas e além de tudo o que já vi. Não sabe, não vê e se vê prefere a cegueira. É platônico e dói muito, como ferida aberta coberta por sal. Vive num mundo próprio e me convida, sempre que possível, a conhecer seu espaço. Faz-me ficar aqui, escrevendo como um tolo, sobre os amores passados, só para eternizá-lo junto dessas palavras. Ainda não me perdeu, mas vou escrever sobre tal tema quando acontecer.
Mas se acontecer, vou escrever, pela primeira vez, a história que levo comigo todas as noites antes de dormir. Não sei se é sonho, só sei que me faz bem porque me faz pulsar.
Ainda vivo.
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