segunda-feira, 21 de março de 2011

Should I take a bullet from a gun?

Pegue todos os seus relatos e confissões, organize-os em textos bem escritos, publique tudo e seja infeliz.

Acordei de acordo com o dia e sua cara desanimadora. Não tomei café para amargar a boca, nem molhei os lábios. Seco.

Saí de casa com uma bola de ferro no calcanhar esquerdo e os ouvidos conspirando contra mim. Qualquer ruído era motivo para tirar uma bala da arma.

O Metrô, expressão máxima do "coletivo individual", que consegue acabar com a mágica (se é que existe mágica) da constante arte de (sobre)viver.

O que posso fazer? Não ouço a voz dos santos nem mesmo a de deus. Esqueci como se reza e de tanto cansaço deito e simplesmente durmo. Não sinto culpa pelas porcarias que fiz durante o dia. Sim, o inferno é isso, viver e não se arrepender das merdas que fez. No fundo, você sabe tanto quanto eu que só é culpado aquele que se considera assim. Gaste seu tempo e suas teorias tentando julgar alguém, para no final perceber que a culpa e algo subjetivo e a sentença para os meus pecados só eu posso dar. O conceito de "bem e mal" é tão flexível.

Coloquei "roupa de frio" e o sol faz questão de nascer. A vontade de querer andar e andar e andar... Sem rumo, horários, pessoas me esperando do outro lado da estação. Sabe aquele dia em que meus pensamentos já são o suficiente? Esqueci de esquecer o celular.

O mundo vive , tudo prossegue normal até onde eu sei. Escrever é a chance de burlar tal normalidade. Normatização, mecanização, inibição, reação , revolução, destruição, reconstrução. Se eu fosse deus, escreveria dessa maneira, bem simples e direta.

Saber de tudo, ter lido tudo, ter visto tudo. A língua se torna uma enciclopédia de arrogância e insegurança. A prepotência foi temperada com sal ao invés de pimenta. Tira o sabor verdadeiro do conhecimento e não queima a língua quando esta deve ser queimada.

Ser triste é diferente de ser depressivo e está muito distante de ser humano. Ser feliz é diferente de ser alegre e está a quilômetros de distância de ser apenas humano. Às vezes eu acho felicidade no simples olhar da minha gata, a Vicky. Também encontro alegria na aula que não acontece ou na conversa rápida, na saída da biblioteca. Tristeza e depressão? As entrelinhas tomam conta dessas duas.

A solidão... Como esquecer? Não quero esquecer. Ela está aí para ser vivida também. Na verdade, nem tento explicar, nem sei por que falei dela ou dele, ou deles(as)...Enfim.

Preciso achar um caminho alternativo. Preciso achar uma preocupação maior. Uma preocupação que seja só minha e não do mundo. Não quero mais resolver os problemas dele. A menos que consiga resolver os meus antes, o resto do peso não cairá mais sobre minhas costas.

O que aconteceria se eu esquecesse o caminho de casa?

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