Não sei se foi pela sensação que resolvi escrever. Ou se foi pela simplicidade do momento em que, subitamente, eu me desliguei do ritmo acelerado do mundo e fiquei estático, apenas me sentindo como parte de um "todo" não fragmentado. Uma rede de conexões cósmicas se instalou no meu ser, parecia que aquela brisa leve não deixava mais a pele do rosto e você enxerga tudo de maneira tão minimalista.
Por mais que eu tenha crescido em meio ao caos e tudo tivesse rumado sempre para um conflito maior e mais complexo, hoje eu já consigo rumar para um certo plano onde impera a calmaria ou o silêncio necessário para ouvir os próprios pensamentos. O corpo ficou leve e então apenas segui o fluxo natural, escorrendo por entre meus dedos, sem verdade ou mentira, sem explicação que venha de alguma teoria. Deixa toda a materialidade das paredes para trás, vá além do concreto , vá além do texto e deixe que as palavras ecoem no espaço dentro da sua mente, que elas se tornem vozes suaves capazes de gerar uma polifonia impessoal.
Hoje deixei de ser um só, e me juntei ao todo ... Esqueci por muitas horas do "eu".
Nem felicidade, nem tristeza. Apenas um alívio sublime.
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