quinta-feira, 30 de julho de 2009

Let it go...

Estava escutando uma música antiga até, que costumava escutar em 2003 mais ou menos. Mama Said do Metallica. Música bonita demais, me faz lembrar de Johnny Cash e Hank Williams...

Enfim, deixando o passado de lado por enquanto, não sei mais gravar nada que faz parte do meu presente. Na verdade eu tento criar uma música nova todos os dias, e fico cantarolando melodias pelas casa, mesmo que ainda nem tenha pensado em uma letra. Algumas vezes saem coisas boas, outras vezes são coisas que só me chama a atenção por alguns dias. Depois parece que eu apuro os ouvidos e as deixo para trás.

Me deu vontade de escrever, só de ouvir essa música do Metallica. Sabe quando você escuta uma música e imediatamente lembra de um lugar ? Geralmente um lugar que você nunca foi. Eu lembro de um lugar frio pra caralho, com um puta céu azul e uma montanha gigante na minha frente. E eu penso " Puta que pariu, por onde eu volto ? ". Mas é bom, é legal, to sozinho e em silêncio. Ali acho que eu não teria muita coisa para tentar melhorar. Aqui , todo o segundo me faz querer explodir a cabeça de alguém com um tiro de 12.

Mas eu não tenho uma12, sorte de alguns.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Hardcore positivo




Eu ainda me lembro de como era foda aquela sensação de que domingo estava chegando e um show de hardcore me aguardava. E o melhor, eu só precisava levar 1 kg de alimentos não perecíveis. Parece que de fato eu conseguia sentir toda a positividade da música misturada com a fúria e a velocidade dos meus pensamentos, da vontade de fazer parte não fazendo.

era tudo tão simples, as bandas tocavam de verdade , sem samplers e bases baixadas na internet. O visual era o mesmo skate punk de boa , sem neurose , sem drama, pouca etiqueta pouca educação. Era incrivel, eu passava a semana toda na porcaria de escola que mais parecida um presídio ou um hospital psiquiátrico abandonado, rezando para que chegasse logo o final de semana e os riffs de guitarra, a distorção , a bateria e o baixo grave que só a porra. Mesmo com frio e lama, eu pulava e me divertia , eu cantava junto e voltava para casa com fome e sem voz. Segunda feira na escola era só conversa, nem adiantava tentar copiar a lição , eu precisava passar um pouco da energia que senti para os meus amigos. E eu não bebia como bebo hoje, eu não me frustrava como me frustro hoje, eu ia na fé apoiado em Jah mesmo sem nem saber quem era ele na época ... e era feliz ao extremo.

Parece que a maior covardia do tempo foi roubar essas coisas de mim, e fazer dos meus parceiros de rolê pobres proletariados mais preocupados com ter uma vida material legal.

Mas o Hardcore positivo ainda está aqui, na faixa "Neoclassicismo" . Uma vez fellas, sempre fellas. Penso assim.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Pelas ruas cinzas...




Percebi que já não era mais o mesmo, e todos os passos que dei sumiram junto com a névoa. Não me importa se é cedo ou tarde, já perdi todo o tempo que precisava para aprender a sentir mais e ler menos. Ler me fez aprender a entrar em normas de escrita, em termos de duplo sentido quando na verdade eu não buscava regras e perder o sentido seria a melhor coisa do mundo. Não sei se o café estava doce demais, mas estava agitado diante de um imenso silêncio. Diante de uma cidade inteira sem pessoas.

Eu aprendi a sentir a chuva sem reclamar do molhado , pois percebi que não reclamo do sol mesmo quando estou suado. Aprendi a ser menos injusto comigo mesmo e me permiti por alguns instantes dizer besteiras para desviar a razão do abismo da solidão. Se eu parar para avaliar todos os detalhes de tudo o que me rodeia, vou perceber que fui feliz no meio de tanta imperfeição , já que a perfeição maior é como luz. A gente vê, sente , mas nunca vai poder tocar.

Aprendi que dói mais segurar a mão de quem não se ama, do que soltar a mão de quem se ama de verdade. Não se prende um coração ou amarra ele ao seu. Apenas deixa que a musica leve os dois para o mesmo caminho , e ambos tomem um café em qualquer esquina, falem de seus problemas e se apaixonem. O que é simples hoje custa caro, porém , mais barato do que mergulhar na simplicidade nica e bela das palavras de uma poeta pode ser conhecê-la pessoalmente.

Aprendi que meu silêncio não expressa minha falta de interesse ou consideração, e quando eu brigo é porque no fundo estou querendo o bem. Aprendi que escrever vai muito mais além das palavras, está envolvido no significado e sentimento que cada uma delas tem.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Enquanto o Ep não sai ....

Stencil da Betty Page. Feito nas férias.


Eu vou bebendo minha cerveja e compondo umas coisas. Durante as férias 1 stencil, vários desenhos, nenhuma lata de spray, o baixo firme e forte, a guitarra idosa... ãhn .... o que mais ? Ah , tattoo na perna e falta de vergonha na cara , fotografias alheias e outras coisas mais .


Foda-se. Lifestyle de cu é rola, eu vivo o que tenho pra viver, seja com R$5,00 reais no bolso ou no bilhete único. Ha !

domingo, 19 de julho de 2009

frio... chocolate ... filme , sempre bom !




Nem sempre você precisa fazer aquele rolê incrível, cheio de bebida e com musica extremamente alta, para passar bem o final de semana. Tudo pode ser bom ao redor de uma mesa de bilhar , com uma geladeira lotada de Itaipava (ok, tinha bebida) e bons amigos. Depois disso, fechar com chave de ouro não tendo que pegar onibus lotado e metrô para chegar em casa. Você volta de carro.

No dia seguinte, não tem ressaca. Olha que legal, parece que seu corpo já percebeu que as coisas não serão fáceis daqui para frente. Porém, quando anoitece você vai assistir "Diários de Motocicleta" na casa de uma amiga absoluta, come brigadeiro de panela e depois uma pizza. Conversa sobre o nordeste que está muito invadindo São Paulo entre outras coisas. Eu uso a palavra "invadindo" no sentido de muitas pessoas do nordeste do Brasil estão migrando para a nossa cidade constantemente, achando que aqui encontrarão uma vida melhor. E sabemos que não é bem assim. Enfim , assuntos a parte, volta para casa novamente de carro. Come chocolate e vai dormir.

Domingo ? Visita legal, punk rock , 3 Itaipavas ainda me esperam na geladeira e a ansiedade por segunda feira. Hãn ? Segunda feira ? Sim, logo menos conto o porquê.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia Mundial do Rock... uhum!




Pois é, 13/07/2009 dia mundial do Rock. Estilo musical que nasceu nos anos 50 blah blah blah. Sabemos disso né ? Enfim, parei para pensar sobre o Rock hoje. Parei, e percebi que só consigo demonstrar um verdadeiro interesse pelas coisas que surgiram dos anos 50 até o final dos 70 (falando de uma maneira geral ). Sei que é clichê dizer que o Rock de hoje em dia é ruim e tudo mais, porém é fato que as atuais bandas que infestam nossas Tvs ( pior ainda, via televisão !) são tão comerciais que as vezes me confundo e penso estar vendo uma propaganda de escola de cursos de línguas ou um comercial de chiclete de goma.

Todo o investimento na estética das bandas prova mais do que nunca que a industria cultural se adapta muito bem aos novos tempos, e mesmo que com a Internet o acesso às musicas seja mais fácil, as gravadoras não desistiram tão facilmente e os shows agora são a nova fonte de renda. Ok, em partes isso é bom porque aí a banda terá que se apresentar mais vezes e mostrar que também sabe fazer bem ao vivo. Por outro lado, o preço dos ingressos aumenta, principalmente se tratando de bandas internacionais. O mercado da música fodendo mais ainda com o nosso bolso.

Se tratando de qualidade, não posso dizer que as bandas do main stream são podres (antes fossem), se uma banda se propõe a fazer um som Teenager, e acha isso bonito e respeitável então que toque bem seus respectivos instrumentos, pelo menos né ? O gosto particular musical eu nem coloco em questão , porque senão a coisa não ia andar rs. De qualquer modo há um esforço por parte das bandas independentes do meio underground para conquistar seu lugar ao sol. Algumas buscam reconhecimento, entrevistas na Mtv, entrevistas pra revistas e claro, sucesso com as garotas, popularidade, enfim tudo o que não tiveram nos anos de escola. Outras buscam apenas tocar seu som , reunir os amigos, beber , se viciar, acabar com a sua vida e (se) chegar a velhice com orgulho de dizer que sobreviveu. Ah claro, e dfizer que tudo o que veio depois de sua banda é um lixo e nunca vai ser bom o bastante. E tem aquelas que querem um pouco das duas coisas, mas são incrivelmente prepotentes e não conseguem admitir para si mesmas que o som da sua banda é um saco, que só os amigos mais próximos toleram e que não adianta ficar fazendo pose de deprimido-excluído-rejeitado-revoltado-viciado-cult-violento-ateu-apolitico-mal amado. O Rock que hoje comemora mais um ano de vida (?) está saturado também de bandas que são como miojo, instantâneas. Porém , a grande massa que compõe o publico de tais bandas é formada por adolescentes de 15 à 17 anos que ao chegarem aos 20 vão sentir vergonha do som , ou simplesmente vão se preocupar mais com o sexo, com o trabalho e pouco com as bandas da gaveta de certos produtores aí. Os que realmente gostarem do estilo, não só musical mas de vida (se é que ainda existe um estilo de vida rock'n'roll) vão sentir vergonha do mesmo jeito e acabarão recorrendo à vanguarda que salva, sempre!

Lembrando que falei de uma maneira geral e confesso que um pouco ( ou bastante ) pessimista, porém posso citar vários nomes de ótimas bandas atuais (na minha opinião, claro) e tal como : Biggs, HellSakura, Matanza, Queens of the Stone Age, The Bellrays, Detroit Rock, Duane Peters and The Hunns, Stoney Birds, Hats, The Dealers, Spinnerette, Eagles of Death Metal,Heavy Trash, Horrorpops, Mars Volta, The Dead Weather, The Kills ... etc.

Enfim. Eu tenho minha banda, e nem me preocupo em analisá-la ou projetá-la, o que eu quero mesmo é que ela soe bem para mim e para meus companheiros de rock. Parece egocêntrico e clichê dizer isso, mas fazer o quê se nem sempre a verdade é reveladora e inédita. Às vezes é o simples e clichê que define o complexo e inusitado.


Rock on fellas.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

a voz da Igualdade




Hoje assisti um filme muito bom : Milk, a voz da Igualdade. Um filme que dispensa maiores comentários, Sean Penn simplesmente se superou no papel de Harvey Milk. Ao invés de fazer uma sinopse aqui, acho mais válido dizer aqueles que lerem este texto que assistam o filme. Porém, não posso evitar a grande vontade que me dá de escrever algo sobre aquilo que pensei durante as cenas, e o que consegui agregar à minha vida. O esforço para se tentar mudar nem que seja um pedaço pequeno da sociedade moralista e preconceituosa, levou uma legião de pessoas às ruas. Essas pessoas tinham um ideal, tinham um motivo maior e principalmente, pensavam na contribuição que estavam fazendo para as próximas gerações. De qualquer modo, não pude deixar de pensar que tais ocorridos, tais lutas não são tão antigas assim.

Hoje ainda existe muita coisa que precisa ser mudada, ou melhor avaliada. Vejo que o direito de ser, e de estar ainda é muito pequeno, se pensar em trabalho, escola, relacionamentos. O que você realmente pode ser para ter um trabalho ? O que você realmente tem que ser para formar uma família? A quem você precisa provar algo para poder ser respeitado no meio em que está inserido ? São perguntas que ainda custam a ser respondidas, e que são deixadas de lado. Penso que, por serem consideradas pequenas , ou questão de "educação", essas perguntas perdem o real valor. As pessoas não percebem que o mundo não evoluiu tanto devido às respostas, mas sim através das questões ... das perguntas. Da busca por uma resposta que não exclua o bem estar de nenhuma criatura nesse mundo.

A filosofia egoísta e individualista que hoje vemos é prova de que muita ainda está sendo maquiado. O agradável ainda está na embalagem daquele cosmético ou nas páginas anoréxicas de revistas de moda. Ser uma menina que projetou uma vida inteira ao lado de outra menina é algo engraçado , algo passageiro, mas quase nunca visto como algo sério. O garoto que conquistou seu espaço, sua formação e seus direitos de cidadão não passa de um lixo se for visto no metrô de mãos dadas com aquele outro garoto que o pediu em namoro há uns meses atrás. O tatuado precisa usar camisas para esconder sua arte, e o que tem piercing precisa retirá-los no final de semana quando for almoçar na casa dos familiares.A negra é chamada de mulata, porque dizer que alguém é negro soa como ofensa. O negro ainda é mal visto na fila do banco, pior ainda se estiver com as mãos no bolso.

O que eu sei é que eu vivo neste mundo e vejo muito disso, já passei por isso, já ouvi coisas que renderiam anos de terapia para alguns. Mas a minha força está não só na esperança, mas na vontade de um dia poder achar isso tudo mais patético do que já é hoje, e dizer para quem estiver ao meu lado que A VOZ DA LIBERDADE HOJE, É A VOZ DO MUNDO INTEIRO.