sexta-feira, 3 de julho de 2009
a voz da Igualdade
Hoje assisti um filme muito bom : Milk, a voz da Igualdade. Um filme que dispensa maiores comentários, Sean Penn simplesmente se superou no papel de Harvey Milk. Ao invés de fazer uma sinopse aqui, acho mais válido dizer aqueles que lerem este texto que assistam o filme. Porém, não posso evitar a grande vontade que me dá de escrever algo sobre aquilo que pensei durante as cenas, e o que consegui agregar à minha vida. O esforço para se tentar mudar nem que seja um pedaço pequeno da sociedade moralista e preconceituosa, levou uma legião de pessoas às ruas. Essas pessoas tinham um ideal, tinham um motivo maior e principalmente, pensavam na contribuição que estavam fazendo para as próximas gerações. De qualquer modo, não pude deixar de pensar que tais ocorridos, tais lutas não são tão antigas assim.
Hoje ainda existe muita coisa que precisa ser mudada, ou melhor avaliada. Vejo que o direito de ser, e de estar ainda é muito pequeno, se pensar em trabalho, escola, relacionamentos. O que você realmente pode ser para ter um trabalho ? O que você realmente tem que ser para formar uma família? A quem você precisa provar algo para poder ser respeitado no meio em que está inserido ? São perguntas que ainda custam a ser respondidas, e que são deixadas de lado. Penso que, por serem consideradas pequenas , ou questão de "educação", essas perguntas perdem o real valor. As pessoas não percebem que o mundo não evoluiu tanto devido às respostas, mas sim através das questões ... das perguntas. Da busca por uma resposta que não exclua o bem estar de nenhuma criatura nesse mundo.
A filosofia egoísta e individualista que hoje vemos é prova de que muita ainda está sendo maquiado. O agradável ainda está na embalagem daquele cosmético ou nas páginas anoréxicas de revistas de moda. Ser uma menina que projetou uma vida inteira ao lado de outra menina é algo engraçado , algo passageiro, mas quase nunca visto como algo sério. O garoto que conquistou seu espaço, sua formação e seus direitos de cidadão não passa de um lixo se for visto no metrô de mãos dadas com aquele outro garoto que o pediu em namoro há uns meses atrás. O tatuado precisa usar camisas para esconder sua arte, e o que tem piercing precisa retirá-los no final de semana quando for almoçar na casa dos familiares.A negra é chamada de mulata, porque dizer que alguém é negro soa como ofensa. O negro ainda é mal visto na fila do banco, pior ainda se estiver com as mãos no bolso.
O que eu sei é que eu vivo neste mundo e vejo muito disso, já passei por isso, já ouvi coisas que renderiam anos de terapia para alguns. Mas a minha força está não só na esperança, mas na vontade de um dia poder achar isso tudo mais patético do que já é hoje, e dizer para quem estiver ao meu lado que A VOZ DA LIBERDADE HOJE, É A VOZ DO MUNDO INTEIRO.
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