quarta-feira, 29 de julho de 2009

Hardcore positivo




Eu ainda me lembro de como era foda aquela sensação de que domingo estava chegando e um show de hardcore me aguardava. E o melhor, eu só precisava levar 1 kg de alimentos não perecíveis. Parece que de fato eu conseguia sentir toda a positividade da música misturada com a fúria e a velocidade dos meus pensamentos, da vontade de fazer parte não fazendo.

era tudo tão simples, as bandas tocavam de verdade , sem samplers e bases baixadas na internet. O visual era o mesmo skate punk de boa , sem neurose , sem drama, pouca etiqueta pouca educação. Era incrivel, eu passava a semana toda na porcaria de escola que mais parecida um presídio ou um hospital psiquiátrico abandonado, rezando para que chegasse logo o final de semana e os riffs de guitarra, a distorção , a bateria e o baixo grave que só a porra. Mesmo com frio e lama, eu pulava e me divertia , eu cantava junto e voltava para casa com fome e sem voz. Segunda feira na escola era só conversa, nem adiantava tentar copiar a lição , eu precisava passar um pouco da energia que senti para os meus amigos. E eu não bebia como bebo hoje, eu não me frustrava como me frustro hoje, eu ia na fé apoiado em Jah mesmo sem nem saber quem era ele na época ... e era feliz ao extremo.

Parece que a maior covardia do tempo foi roubar essas coisas de mim, e fazer dos meus parceiros de rolê pobres proletariados mais preocupados com ter uma vida material legal.

Mas o Hardcore positivo ainda está aqui, na faixa "Neoclassicismo" . Uma vez fellas, sempre fellas. Penso assim.

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