Das coisas bonitas que você faz sem mim, fico imaginando se
são todas elas lascas de saudade. O dia não passa, ele se estica até alcançar o
auge da minha vontade de te ver. Aos poucos, entardece e o sol se acomoda atrás
do longe, lá, distante, onde eu sinto você aquecendo os ombros montanhosos do
horizonte. Metade do seu rosto está ensolarado, a outra, coberta pela sombra de
si mesmo. Neste momento, eu te vejo por completo. Então me aperte contra seu
corpo ainda pelando, ainda distante, crepuscular. Esta é a hora do dia em que a
gente se busca depois do trabalho.
Eu te busco.
Não estou bem, para falar a verdade. Você aqui, ao meu lado, é das coisas mais bonitas que imagino sem ter. Um "querer" porque faz bem imaginar. Quase como passar açúcar nos lábios e deixar que eles sequem. Assim, aos poucos, o doce do veneno unta a boca e enche a garganta de sede. Um "querer" porque é gostoso, mesmo não me fazendo bem, pra falar a verdade.
E se você me perguntar o que estou fazendo de bom enquanto estamos longe, direi sem demora: me preparando para a sua volta. Pra ser sua volta. Pra amanhecer aqui, comigo, amornando de leve minha pele, com um beijo seco perfumado de café. Esta é a hora do dia em que a gente se leva antes do trabalho.
Você me leva.
Eu te anoiteço, você me amanhece.
Eu te busco.
Não estou bem, para falar a verdade. Você aqui, ao meu lado, é das coisas mais bonitas que imagino sem ter. Um "querer" porque faz bem imaginar. Quase como passar açúcar nos lábios e deixar que eles sequem. Assim, aos poucos, o doce do veneno unta a boca e enche a garganta de sede. Um "querer" porque é gostoso, mesmo não me fazendo bem, pra falar a verdade.
E se você me perguntar o que estou fazendo de bom enquanto estamos longe, direi sem demora: me preparando para a sua volta. Pra ser sua volta. Pra amanhecer aqui, comigo, amornando de leve minha pele, com um beijo seco perfumado de café. Esta é a hora do dia em que a gente se leva antes do trabalho.
Você me leva.
Eu te anoiteço, você me amanhece.